Vivia na clausura e silêncio,
Minha única voz era a poesia.
Tinha sonhos sem esperança
E olhos cegos para o futuro.
Eu não sabia a distância
Entre o corpo e a alma,
Pensava nas horas
Com um tempo sem fim.
Eu tinha chuva nas mãos
Que escorriam como lágrimas
Dentro do meu coração.
As paredes me ouviam,
Mas nada mudava sua cor.
Um odor de saudade pairava no ar.
Eu não sabia dessa saudade,
Nem de onde ela surgia,
Ser sozinho era opção.
Mas em toda escuridão
Existe uma janela para a luz.
Um ar suave
Para arejar as roupas
E a alma.
Chegou-me em resposta
Aos apelos dos poemas,
O grito ardido de minha voz
Que ainda acreditava
(mesmo que oculta)
Na força que existe no amor.
Outros olhos, olhos verdes,
Preencheram a moldura
Dos meus tristes retratos.
Novas letras cruzaram
Os caminhos de poesia,
Luz em meus dias.
No princípio, a duvida,
Aonde me levaria
As andanças de um novo amor?
Segui ereto meus conceitos,
Embora meu peito
Sinalizasse com o sim.
Nada mudei, enquanto pude,
Mas a leveza das letras
E a construção de novos sonhos,
Fez-me mostrar os dentes
Na corrente de fáceis sorrisos.
A paz, e tudo o mais,
Os doces desejos
Em beijos invisíveis,
A silhueta de um corpo desconhecido.
Mas ao crescer do sentimento,
O medo concebido nas noites,
O temor da incerteza,
O dedo amputado na poesia.
Não se pode todo o tempo
Fingir algo que não existe,
Quem ao amor não se entrega,
Covardemente, desiste.
Palavras, somente palavras,
As inverdades pronunciadas,
Como se nada tivesse acontecido.
Como se a tinta de uma pintura
Fosse desaparecendo aos poucos,
Até que a tela, sem cor e viço,
Morresse no vício da incerteza.
E a beleza que compunham as promessas,
Fugiram na pressa que os covardes têm
Em se esconder na escuridão do próprio ser.
No fundo, os sonhos antes sonhados,
Pereceram naufragados
Na lenda de um oceano de ilusões.
Quem considera a crítica um ataque
Servirá de claque no palco das mentiras.
Para tantos que lhe assistem
Permanecerá a imagem de um anjo.
Nunca saberão que certos anjos
Têm chifres, ao invés de asas.
Minha única voz era a poesia.
Tinha sonhos sem esperança
E olhos cegos para o futuro.
Eu não sabia a distância
Entre o corpo e a alma,
Pensava nas horas
Com um tempo sem fim.
Eu tinha chuva nas mãos
Que escorriam como lágrimas
Dentro do meu coração.
As paredes me ouviam,
Mas nada mudava sua cor.
Um odor de saudade pairava no ar.
Eu não sabia dessa saudade,
Nem de onde ela surgia,
Ser sozinho era opção.
Mas em toda escuridão
Existe uma janela para a luz.
Um ar suave
Para arejar as roupas
E a alma.
Chegou-me em resposta
Aos apelos dos poemas,
O grito ardido de minha voz
Que ainda acreditava
(mesmo que oculta)
Na força que existe no amor.
Outros olhos, olhos verdes,
Preencheram a moldura
Dos meus tristes retratos.
Novas letras cruzaram
Os caminhos de poesia,
Luz em meus dias.
No princípio, a duvida,
Aonde me levaria
As andanças de um novo amor?
Segui ereto meus conceitos,
Embora meu peito
Sinalizasse com o sim.
Nada mudei, enquanto pude,
Mas a leveza das letras
E a construção de novos sonhos,
Fez-me mostrar os dentes
Na corrente de fáceis sorrisos.
A paz, e tudo o mais,
Os doces desejos
Em beijos invisíveis,
A silhueta de um corpo desconhecido.
Mas ao crescer do sentimento,
O medo concebido nas noites,
O temor da incerteza,
O dedo amputado na poesia.
Não se pode todo o tempo
Fingir algo que não existe,
Quem ao amor não se entrega,
Covardemente, desiste.
Palavras, somente palavras,
As inverdades pronunciadas,
Como se nada tivesse acontecido.
Como se a tinta de uma pintura
Fosse desaparecendo aos poucos,
Até que a tela, sem cor e viço,
Morresse no vício da incerteza.
E a beleza que compunham as promessas,
Fugiram na pressa que os covardes têm
Em se esconder na escuridão do próprio ser.
No fundo, os sonhos antes sonhados,
Pereceram naufragados
Na lenda de um oceano de ilusões.
Quem considera a crítica um ataque
Servirá de claque no palco das mentiras.
Para tantos que lhe assistem
Permanecerá a imagem de um anjo.
Nunca saberão que certos anjos
Têm chifres, ao invés de asas.