Derrubando a porta com os dois pés.

Saudade deixa nossa alma cabisbaixa,

faz o bem estar tomar chá de sumiço.

Saudade é coisa que Deus não inventou

e que castiga nosso ar se esbaldando de rir,

deixando tudo rançoso, tudo coalhado.

Saudade não brinca em serviço,

entra com os dois pés derrubando a porta,

faz um estardalhaço danado no nosso coração.

Saudade não tem fio da meada,

suas garras afiadas rasgam nossa pele sem dó

seu cheiro deixa tudo cariado, tudo esquisito,

até a vontade de viver ameaça ir para o ralo.

Saudade é coisa de quem não é feito só de carne e osso,

saudade é coisa de quem não esqueceu como se chora,

saudade é coisa de quem tem que caminhar já tendo perdido

suas duas pernas.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 27/05/2016
Reeditado em 27/05/2016
Código do texto: T5648227
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