E Deus criou a mulher

suas palavras rasgam meu corpo

assim como a aranha fere o concreto.

nada é mais duro que o não

se a borboleta espatifa no chão

hoje ando pelo abstrato,

com o pote de mágoa pela metade,

é um desespero comedido

de alguém que grita e chora

lá fora tudo está árido,

mas o camelo não sente sede

nem tão pouco a gota d'água cai

dos meus olhos de vidro

eu quero a morte,

mas não agora.

antes haverei de conhecer todos os segredos

da mulher que amo

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 14/07/2007
Reeditado em 15/07/2007
Código do texto: T564820
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