Ontem Vi Uma Placa.
Andava sem rumo,
Quando meu olhar mirou uma placa,
Dizia:
''Vende-se amor.''
Mas amor não se vende,
Amor a gente só sente,
É algo impossível de se colocar valor.
Voltei aquele mesmo lugar,
E fui até o endereço da placa,
Saber sobre esse tal negócio.
Ao entrar,
Alguém de costas,
Mesmo sem me ver,
Disse-me:
_Aqui tens o que precisa.
Mas eu não precisava de nada,
Tinha tudo que precisava,
E mesmo que me faltasse amor,
Com certeza não seria lá que encontraria.
A pessoa virou-se e veio a mim,
''Precisas de amor, venha cá.''
E sem ter tempo de nada falar,
Em seus braços me envolveu... me abraçou.
Fechei meus olhos,
Senti uma paz, um calor...
Sentia que aquilo era uma forma de amor,
E continuei por mais uns momentos sem nada falar.
Ao término daquele caloroso abraço,
Sem muita ação movimentei o braço,
Rumo ao meu bolso com um sorriso estampado no rosto.
Quanto é eu falei?
Precisava muito desse tipo de amor,
Nem lembrava como era bom esse calor,
E a pessoa simplesmente falou sorrindo:
_''O senhor já pagou.''
Mas como assim paguei?
Nem ao menos um centavo eu dei,
Sorrindo então me falou:
_Amor não se paga com dinheiro,
E sim com felicidade, e seu riso foi meu pagamento.
(Agora entendi aquela placa).