Tudo o que me consome

(26/05/2016)

Tu entendes o cansaço?

Exaurir-te de tudo e de nada?

De tentar e não conseguir?

De ver a cada alvorada

Nada além do mundo ruir?

De sentir toda alegria

Fugiu, esvair pelos os dedos?

De ser lançado ao degredo

No abismo negro, profundo

Vagar solitário no mundo

Sem rumo, sem norte, sem prumo

Sem eira, sem beira, sem fundo?

Pois bem, no meu universo

Algo grande, potente e perverso

Ditou que a felicidade

O amor, alegria e amizade

É tudo que não posso ter

“Tu podes tentar outra vez,

Mais uma, mais outra, mais três

Mas por tantas vezes que tentes

Só uma verdade é cabal

Por mais energia que invistas

O fracasso será o final”

Esta é, pois, minha sina

Que aceito, assim, de bom grado

Alma rasgada e rota

Por faca, tesoura e trado