No frio da manhã
No frio da manhã,
O café cheio daqueles que procuram o calor das conversas e a quentura da bebida.
As conversas giram em torno de política e negócios.
As bocas caladas procuram refúgio nas xícaras,
Os olhos desocupados vasculham outros olhos...
Surpreendo-me ao pensar
Até onde posso chegar com o meu querer dentro do meu não querer.
As horas não passam,
Os minutos se arrastam.
O pensamento é rápido e quer destreza,
A intensidade é longa e quer dormência.
Todos comem,
Todos dormem
E o café esfria.
A conversa desperta,
A música se esquiva.
As mesas cheias se esvaziam.
A mente quente se esfria.
De novo a monotonia.