De vez em vez
De vez em vez,
Toda confeiteira perde o ponto
Todo burguês fica tonto, e se perde aos poucos o tato.
De vez em vez,
Toda confeiteira perde o ponto
E se cobra todo dia, se preocupa com a agonia do doce
Que perdeu.
De vez em vez,
Toda confeiteira perde o ponto,
E se pica forte e reclama da cereja que deixou de acrescentar
E faltou.
Toda confeiteira perde o ponto
Desespera pela massa que escorre entre os dedos e,
Nao cresce mais.
Perde o ponto
E briga, faz intriga derrama melancolia demais e deixa queimar
Deixa amargar.
O ponto
Que se perde e faz lacunas, deixa vácuos, deforma e salga
Que tempo nenhum há de curar.
Ponto.