VÉRTEBRAS RECLUSAS DO SOLUÇO

Foi um tiro certeiro, na rapa do tacho,

fez debandar mamas em chamas,

fez transbordar todo engodo, toda razão, todo pudim.

Pouco a pouco refez sua gana e voltou ao rum.

Não que fosse recatado, seria xerife.

Sabia todas as rebarbas do não,

toda fórmulas dos baús de Senzir Frorat.

Entendia como ninguém das diabruras do nojo,

das vértebras reclusas do soluço,

Era aprendiz do amor, das coisas eremitas da alma.

Se sentia um tanto repentista naquela quermesse.

Está certo, não era tão oásis assim.

Tinha suas gorduras escapulindo pelo lixo.

Tinha seus mortos ainda pouco acetinados.

Mas era, contudo, feliz.

Seu pecado foi ter nascido esquecido..

Seu desdém foi ter sido remela de Deus.

Assim corrigiu seu gingado de meretriz avessa

e se deu por remido, por fantasiado de céu.

Não tinha mais nada a respingar, nem resignar.

Então pôde, acredite, voar dali.

Voar como tanto rejeitou,

como tanto arguiu,

como tanto se fez entardecer,

como tanto se fez brócolis com doce de abóbora.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 25/05/2016
Reeditado em 25/05/2016
Código do texto: T5646184
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