Luar de Minas

A lua quando surge no céu mineiro

Beija as montanhas, uai!

Sobre o velho trem fagulha ligeiro

E num trilheiro ela vai, vai, vai...

Desliza macia sobre a Pampulha.

Até ela avistar a igrejinha,

Enchendo de luz os olhos faceiros

Daquela mineirinha.

Lá na roça, um facho de luz, passa pela fresta,

O telhado de palha fica prateado,

A lua serenamente chispa fazendo seresta,

Deixando o lobo-guará todo ouriçado.

O velho Chico o seu espelho empresta

Onde ela faz o seu caminho iluminado,

Não há quem veja que não fique admirado.

Na varanda do casarão da fazenda do riacho,

Dona Beija, beija o brilho do céu enluarado...

Sá menina de trança exibe o cacho lourinho.

Ô trem bão, sô! É que nem queijo do cerrado.

A lua boazinha ilumina o seu caminho,

E juntinho dela proseando vai o namorado,

De repente um silêncio...

A lua denuncia um beijo bem demorado.

Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 23/05/2016
Reeditado em 23/05/2016
Código do texto: T5644947
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.