Gazal da despedida
Hoje te vi partir pela última vez.
Só eu vejo o fim com nitidez.
Nunca mais terás meu corpo sob o teu.
Juro que será assim, sem nenhum talvez.
Hoje fui eu quem tua chave jogou fora,
Quem fez tua mala, mantendo à força a lucidez.
Não importando se em meu peito o coração sangra,
Se arrasto pela casa minha embriaguez.
Hoje, em cada cômodo, busquei os teus pedaços;
Destruindo as lembranças sem nenhuma sensatez.
Apaguei com fúria todos os rastros,
De uma paixão vivida com avidez.
E quando o dia amanhecer resplandecente,
E a insônia tiver zombado de mim com mesquinhez,
Exibirei ao sol minha canção de despedida,
Deixando, altiva, que aqueça minha nudez.
Hoje te vi partir pela última vez.
Só eu vejo o fim com nitidez.
Nunca mais terás meu corpo sob o teu.
Juro que será assim, sem nenhum talvez.
Hoje fui eu quem tua chave jogou fora,
Quem fez tua mala, mantendo à força a lucidez.
Não importando se em meu peito o coração sangra,
Se arrasto pela casa minha embriaguez.
Hoje, em cada cômodo, busquei os teus pedaços;
Destruindo as lembranças sem nenhuma sensatez.
Apaguei com fúria todos os rastros,
De uma paixão vivida com avidez.
E quando o dia amanhecer resplandecente,
E a insônia tiver zombado de mim com mesquinhez,
Exibirei ao sol minha canção de despedida,
Deixando, altiva, que aqueça minha nudez.