O FIM DA NOSSA MALDIÇÃO

Alguns de nós nascemos com uma maldição.

De repetir as chicotadas, os tempos adversos,

as cicatrizes de outrora.

Esta repetição poderá pousar justamente

nos solos mais queridos que tivermos.

Alguns de nós entendemos este presságio,

outros não.

Os que entendem tentam dissipar as marcas

impregnadas na alma, muitas vezes por toda vida.

Por vezes conseguem algum sucesso,

por vezes, não.

Já os outros, porém, não terão a mesma vez.

Ficarão vida adentro se debatendo nas próprias

lembranças, muitas delas reclusas nos seus confins

mais confins.

Vão brigar consigo mesmos até não poderem mais.

Vão sofrer pelos frutos desta maldição até sempre.

Até que um dia, o tempo vai chamá-los para conversar.

Então verão que podem esmigalhar aquele vão encardido

da sua história.

Verão que podem ser livres daquilo tudo, tudo mesmo.

Assim poderão, por fim, seguir seus passos em paz.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 23/05/2016
Código do texto: T5644013
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