VARANASI

O cortejo dos enlutados

Desce a escadeira à beira

Do rio sagrado das almas

O corpo é depositado na esteira.

Ritual, a pira funerária é acesa

Entre cânticos e silenciosas estrelas.

Desfeito o corpo, suas cinzas

São levadas pelas sacras águas

Do infinito Ganges. Quebra do ciclo

De repetição: de renascimento e de morte, perpétuos.

A última existência recebe, enfim, a liberação do carma

Torna-se energia sagrada, pois alcançou Moksha.