RABUGENTO
Bate o pé descompassado
Traz consigo uma garrafa velha
Uma cuia de queijo (vazia)
As roupas sujas e mulabentas.
Passa sempre por aqui
Ninguém encosta
Seus cabelos, duros, assustam.
A gente nem sorri
Acha feio, sujismundo.
Ah Rabugento,
Se todos compreendessem
O segredo de teu passado
As mulheres que tivestes
O ouro que mantivestes
Recluso do estado,
Mas bem visto pela esbórnia.
Tanto fez
Que tanto teve,
Agora, sente-se só
Em mundo tão grande.
Sorri consigo mesmo
De lembranças tantas,
Breves momentos de lucidez.
Felicidade?
Só ele o sabe.