lápis e papel

Lápis e papel

Sou desse tempo,

De lápis e papel e,

Sobretudo, borracha,

Apagando os maus momentos,

Erros, arrependimentos...

Vagas lembranças de quando

As comidas não vinham em caixas,

Mas em canteiros estrambalhados,

Brotando serraias e espinafres

Sem plantio ou cuidado,

Entre as varas de tomates...

E sandálias de brim com solas

De cordas e cadarços barbantes

E uma infinda coisa de antes...

Vou sentar nessa calçada

Jogar burca com a molecada

Cansado de devorar momentos

De sinos e de alarmes,

Correr vara pelas grades

Assustando cães de guarda

A dizer que sem dinheiros

Corríamos a feira, a igreja,

Uma fé sem oferendas,

Uma reza de assim seja.

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sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 22/05/2016
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