Esconderijos da alma
Nunca, ninguém conseguiu tocá-la
Trancafiada em castelos
Foi acolhida pelas palavras
Passava horas entre versos e taças de vinho
Até que numa noite
Entregou - se de corpo e alma.
Fez amor com as palavras
Embriagou-se com o vinho
Mergulhou nos seus abismos mais secretos
A palavra cortou suavemente a carne de seda
A palavra iluminou os porões da alma,
Revelando desejos, medos, solidões
Inebriada, tateava nas paredes da alma
Saindo dos lugares mais recônditos do Ser
Libertou-se dos esconderijos...
Alcançou o quintal da infância
E , no balanço, tocava as nuvens com as pontas dos pés.