LAÇOS ESTREITOS
Vou por um caminho que é uma enseada de esperança
E na areia em que piso deixo as marcas do passado sombrio
Que me fez fantoche do tempo... Vagueio dentre sombras
Em que os vultos que me acompanham são galhos de árvores...
Lentamente meus passos cruzam veredas pálidas de sol
E diante de mim se descortinam paisagens exóticas e frias...
Porém meu espírito se recolhe na contemplação das horas
E, no voo dos pássaros, meus olhos encontram a liberdade!
Abandono os pensamentos que me fizeram egoísta de mim
E sigo a estrada em nítida calma e com reflexão festiva
Que se ergue perante as mais cruentas lembranças... Choro!
Permito que as lágrimas lavem meu rosto que se renova e
Trago na consciência que é mister transformar para ser feliz
E jogo no ralo do esquecimento todas as amarguras vividas...
Não consigo explicar a metamorfose... Parece lírico devaneio
E, num turbilhão de imagens, vislumbro estreito oásis, onde
Certamente lavarei o raciocínio que plana sobre uma overdose
Que insiste em remoer reminiscências pretéritas... É presente.
Tudo o que passei devo enterrar no sepulcro das maledicências
E sorver deste agora os eflúvios que me inspiram às mudanças.
É urgência! Laivos de loucura se aproximam de minha mente
E sei que não terei mais largura. Este estreito é minha sobrevida!
DE Ivan de Oliveira Melo