Que coisa és, ó, morte (Dedico à memória de Hunald de Alencar)

Que coisa és, ó, morte

De mistérios encoberta

Que coisa és, ó, morte

Que a tal coisa te prestas

Que coisa és, ó, morte

Por mais que fechemos a porta

Tu a encontras aberta

Que coisa és, ó, morte

Que igual e impiedosamente atinges

Mendigos

Reis

Poetas

E ficamos assim tristes

Bocas entreabertas

Sem norte

Enquanto tu respiras

Sem morrer

Ó, morte esperta

Quem és, ó, morte

Tão linheira

Certeira no corte

Ó, sem sorte

Andas por aí, braços dados com o vate

Sequestras o companheiro de versos

Quão caro nos cobra

Resta-nos a lembrança

A obra