poeta e brisa
Tudo é silencio turvo
Cativo
Crescem torres sombrias nas planícies
Convergem crepúsculos
Águas invadidas
que quedam
nalgum lugar
moreno vento
assanha
veste-me o ócio enquanto volto caminhado do trabalho
Displicentes sorrisos de garotas nas calçadas
nuvens no céu
assisti com elas as telas indo embora
escuro véu
que se demora
meu peito já não chora
minha caneta decola
mesmo sangrando verdes solidões
o peixe cego que vi pela manhã
a caligem que vai sentando
sobre as pontas dos arranha céus
Há poeta e palhaço palhaço e poeta
na voz que sonha profunda
aglutinada.