Não são minhas vozes

Ando baixo há muito tempo

Carregando um grande peso

Cabisbaixo a posso lento

Tenho um casco às costas preso.

Minha pele se derrete

Os meus dedos se desfazem

O meu peito fica inerte

E a paz vira miragem.

Onde eu olho há terror

Onde eu piso sinto dor

Onde eu bebo, bebo horror.

A mente extraviada por

Uma enorme depressão -

Roubo comandado por

Natimorto coração.

Salve-me deste terror!

Salve-me de minha mente!

Eu preciso de amor

Preciso imediatamente!

Estou farto desta dor

Estou farto desta dor

Estou farto destas vozes

Sinto frio, quero calor

Não dos demônios algozes!

Dia e noite, noite e dia

Ouço vozes na cabeça

São verdade ou mentira?

Por favor, Deus, me aqueça!

Elas falam sem parar

Dolorosamente em mim

Elas nunca vão parar

Isto nunca vai ter fim

Sozinho estou a chorar

Num desespero crescente

Como é que eu vou mudar

Se a sombra me é inerente?!

19/5/2016

20/5/2016