OJERIZA
A ojeriza me traz o terror da falsidade
E minha emoção destampa os túmulos
Que cobrem restos mortais dos cúmulos
Conferidos ao juízo inato da felicidade.
A doentia carcaça do medo fica bizarra
Quando as vestes da soberba têm alguém
Que faz da loucura um mundo no além
E a boca do ser néscio vomita e escarra.
O perfume putrefado da paixão é pedra
E o corpo ensanguentado treme e medra
Perante os distúrbios dum horror sombrio...
É alucinação o que o coração bate e sente,
Pois a peçonha quer tudo mudo, indiferente
Para que da ojeriza se obtenha sabor e cio!
DE Ivan de Oliveira Melo