OJERIZA

A ojeriza me traz o terror da falsidade

E minha emoção destampa os túmulos

Que cobrem restos mortais dos cúmulos

Conferidos ao juízo inato da felicidade.

A doentia carcaça do medo fica bizarra

Quando as vestes da soberba têm alguém

Que faz da loucura um mundo no além

E a boca do ser néscio vomita e escarra.

O perfume putrefado da paixão é pedra

E o corpo ensanguentado treme e medra

Perante os distúrbios dum horror sombrio...

É alucinação o que o coração bate e sente,

Pois a peçonha quer tudo mudo, indiferente

Para que da ojeriza se obtenha sabor e cio!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 19/05/2016
Código do texto: T5640099
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