O BILHETE

Oh, santa senhora, com respeito, permitais

que pergunte e me respondas, sem falsete:

insiste vivo aquele antigo guardado bilhete,

elo fiel de nossas almas, se não for demais?

Pelas suas dobras, mais que tinta e celulose,

singrei os mares, clandestino num paquete,

voei desconhecidos ares, fito no banquete

a te ofertar, ainda doendo a minha lordose.

Sabes com sobejos que a vida, sem engasgos,

de amores incontidos ascende em um foguete.

Então, responda sem subterfúgios de verbete

ou caiam junto aos nossos pés os seus rasgos.

JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS
Enviado por JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS em 18/05/2016
Reeditado em 23/05/2016
Código do texto: T5639559
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