essa vida que me mantem aceso

Sou esse poeta do corpo

Do chão do quintal, das raízes

Das plantas, do adubo, das minhocas,

Do dia pescado, das auroras, das tardes bronzeadas,

Sou o poeta dos ladrões, das putas, dos assassinos

Desconsolados, dos urubus que esperam a carniça

Da criança com preguiça, dos homens da lei, dos

Engravatados, sou poeta da lei, sou poeta do errado,

Dos bonitos arados do sul, da seca ternura do nordeste,

Do desconhecida Europa velha, das sublimes descidas da

África, sou poeta do acontecido, do que está feito, do abismo, sou pregador do medo, sou aquele da rosa, da

Tertúlia, do homem sem emprego, do rico, do negro,

Sou poeta das ninfas, dos abertos e dos segredos, sou

Poeta da vida, e é essa que me mantém aceso

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 18/05/2016
Código do texto: T5639301
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