As pessoas

É em vão

Qualquer tentativa

De bondade.

As pessoas esquecem

As pessoas odeiam

Elas têm sobretudo

Ódio dentro de suas

Casas, guarda-roupas,

No fundo da garganta.

A voz rouca

De ingratidão.

Animais enjaulados,

Uniformes empunhando

Recibos,

O padre conduzindo sua

Missa,

As pedras rodopiando

Em volta de saturno,

Deus que trancou a

Porta.

É triste e quase necessário

Esse mundo

De ingratidão.

Parece que de outra

Forma fracassaria

Como fracassou

Como qualquer

Pessoa pode

Perceber

Trancada dentro do

Banheiro úmido,

Menos você

E os demais,

É claro.

Pessoas lamentadas

E esquecidas, saudade

Que nunca é alcançada

Pelo seu alvo,

Flores em lindos vestidos que

Giram, o facão,

A empatia, tijolos

Sobre os leitos, e

Muita tristeza que

Não é culpa

Do gim ou da

Masturbação.

O demônio me visitou

Outro dia, mas não

Conversamos. Ele entendia,

Eu entendia, o mundo

Não entendia e por isso

Estavam felizes e sozinhos.

Ninguém se importa com

Você, ela me disse, e

Percebi que era verdade.

Meu irmão, meus dois irmãos,

Meu pai, minha mãe, meu cachorro,

Não estavam preocupados,

E eu também não estava.

Haverá ruídos de dor

E um tanto de copos

Caídos, os licores e as

Tristezas de mãos dadas

Sobre o tampo da mesa,

Nenhum salmo,

Nenhuma Cavalgada

Das Valquírias para

Nos dar alento.

Não confie no homem,

O homem me disse.

E Aquela doce fábula

Cai bem essa noite,

Com um beijo

Foi traído

O filho

Do homem

Mas nenhum beijo

O trouxe de volta,

Nosso amor,

Mera máscara, mero

Farrapo, mero lusco-fusco

Do nosso ódio,

Da nossa

Ingratidão.

Você morreu para nós,

Eles me disseram,

E desde então

Estou cercado de homens vivos

E outros nem tanto.

Daniel Barbosa
Enviado por Daniel Barbosa em 18/05/2016
Código do texto: T5638972
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