As pessoas
É em vão
Qualquer tentativa
De bondade.
As pessoas esquecem
As pessoas odeiam
Elas têm sobretudo
Ódio dentro de suas
Casas, guarda-roupas,
No fundo da garganta.
A voz rouca
De ingratidão.
Animais enjaulados,
Uniformes empunhando
Recibos,
O padre conduzindo sua
Missa,
As pedras rodopiando
Em volta de saturno,
Deus que trancou a
Porta.
É triste e quase necessário
Esse mundo
De ingratidão.
Parece que de outra
Forma fracassaria
Como fracassou
Como qualquer
Pessoa pode
Perceber
Trancada dentro do
Banheiro úmido,
Menos você
E os demais,
É claro.
Pessoas lamentadas
E esquecidas, saudade
Que nunca é alcançada
Pelo seu alvo,
Flores em lindos vestidos que
Giram, o facão,
A empatia, tijolos
Sobre os leitos, e
Muita tristeza que
Não é culpa
Do gim ou da
Masturbação.
O demônio me visitou
Outro dia, mas não
Conversamos. Ele entendia,
Eu entendia, o mundo
Não entendia e por isso
Estavam felizes e sozinhos.
Ninguém se importa com
Você, ela me disse, e
Percebi que era verdade.
Meu irmão, meus dois irmãos,
Meu pai, minha mãe, meu cachorro,
Não estavam preocupados,
E eu também não estava.
Haverá ruídos de dor
E um tanto de copos
Caídos, os licores e as
Tristezas de mãos dadas
Sobre o tampo da mesa,
Nenhum salmo,
Nenhuma Cavalgada
Das Valquírias para
Nos dar alento.
Não confie no homem,
O homem me disse.
E Aquela doce fábula
Cai bem essa noite,
Com um beijo
Foi traído
O filho
Do homem
Mas nenhum beijo
O trouxe de volta,
Nosso amor,
Mera máscara, mero
Farrapo, mero lusco-fusco
Do nosso ódio,
Da nossa
Ingratidão.
Você morreu para nós,
Eles me disseram,
E desde então
Estou cercado de homens vivos
E outros nem tanto.