sanidade

eu não posso

escrever para o sãos,

para aqueles que tem na parede

o diploma de homem normal.

Minha escrita é para os loucos

Que viu as paredes

Racharem, os muros ruírem

Esteve no caminho do rio

Da barragem estourada

Dos touros raivosos

Que souberam

Num rompante

A qualquer hora

Do dia, pois a loucura não

Dita hora

O qual mentirosa

São as vigas dos homens

Então me perdoe

Se não me entendem

Se minhas letras não tocam o seus ventres

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nesse curto tempo

nessa hospedaria

de hospício

não serei refeição

de uma morna existência

de mendigo,

gosto das coisas

do alto, estridente

bem quente, que

lateja dos ossos da gente

gosto do edifício erigido

pelo bêbado não formado,

se quiser um riso

meu, não será de graça

sua piada precisa valer uma

espetáculo,

pelo que

sei, é exigir demais

para um homem adaptado

a tua sanidade é um caso de polícia

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 17/05/2016
Reeditado em 17/05/2016
Código do texto: T5638553
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