sanidade
eu não posso
escrever para o sãos,
para aqueles que tem na parede
o diploma de homem normal.
Minha escrita é para os loucos
Que viu as paredes
Racharem, os muros ruírem
Esteve no caminho do rio
Da barragem estourada
Dos touros raivosos
Que souberam
Num rompante
A qualquer hora
Do dia, pois a loucura não
Dita hora
O qual mentirosa
São as vigas dos homens
Então me perdoe
Se não me entendem
Se minhas letras não tocam o seus ventres
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nesse curto tempo
nessa hospedaria
de hospício
não serei refeição
de uma morna existência
de mendigo,
gosto das coisas
do alto, estridente
bem quente, que
lateja dos ossos da gente
gosto do edifício erigido
pelo bêbado não formado,
se quiser um riso
meu, não será de graça
sua piada precisa valer uma
espetáculo,
pelo que
sei, é exigir demais
para um homem adaptado
a tua sanidade é um caso de polícia