ABACATEIRO

Em criança, não sofria dores de adulto.

Eu era o timoneiro do meu abacateiro,

no centro do meu quintal, sem indulto,

escalando de galho em galho, ligeiro,

subia contra a ventania até o mastro,

amarrava as velas e viajava, viajava...

pra lá e pra cá, sem sair da rua Mauá.

Virava meu barco veloz e sem lastro,

movido à vento, singrava os oceanos

tão depressa quanto carro no asfalto.

Só aportava quando mamãe gritava:

- Desce daí, Zezinho!...

JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS
Enviado por JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS em 17/05/2016
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