Quando se É sozinho

Solidão, a solidão

Maltratosa solidão

A cruel e sem pudores

Que traz às noites horrores.

Ela pega a esperança,

Sua bagagem de infância,

Grita Cala-te, criança,

Teu chorar é arrogância.

Ela segura os seus braços

E má, aperta os seus pulsos

Envenena o seu abraço

Força hábitos reclusos.

Dilacera o coração

Com sua faca de prata

Anestesia a emoção

E sua alma, ela enlata

Parte ao meio os seus laços

E petrifica a sua boca

Robotiza os seus passos

Deixa sua rara voz rouca.

Quando vê, está amputado

Todo o corpo da ex-vida

Quando vê, está abandonado

E sua mente, poluída.

É difícil respirar

Quando se vê assim indigno

Até mesmo do seu ar

Pois é de nada condigno.

Seu cabelo cobre a testa

Sua feiura cobre o resto

Para nada você presta

É só um verme funesto...

16/5/2016