Um vírus mortal chamado ansiedade

Ansiedade é sufoco que não cessa,

é como se tivéssemos mil formigueiros aos nossos pés,

é coisa chata que atrapalha tudo.

Ela vem mansa, inocente, com jeito de quem não quer nada,

entra pelas rebarbas e fica um tempo quietinha,

como se estivesse hibernando pra sempre,

como se estivesse morta pra sempre.

Na verdade ela está conspirando contra a gente,

travando contato com nossos segredos, nossos medos, nossos limites.

Então quando menos esperamos, ela dá o bote.

E vai se propagando dentro da gente feito vírus mortal,

numa voracidade de quem não perdoa nada, nem ninguém.

Aí nos vemos absurdamente cativos dela,

integralmente escravos dos seus caprichos,

viramos capacho eterno pra ela pisar, cuspir, fazer o que bem quiser.

Nesta hora não dá pra pedir socorro, nem clemência,

porque estamos literalmente perdidos, ferrados de fato.

Viramos seu prato principal, que irá devorar até se cansar,

até desistir da gente.

Então voltamos ao estado original, com todas as marcas e

cicatrizes que ela cravou na gente,

só pra nunca mais esquecermos do seu cheiro.

do seu gosto e do seu gozo infernal.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 16/05/2016
Reeditado em 16/05/2016
Código do texto: T5637358
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