RUMO AO PORTAL DO NADA
Sobem, sobem uns nos ombros dos outros,
Agarram-se na tentativa da subida,
arrastam para baixo, aniquilam, derrubam.
Na base, os deitados, caídos,
Enquanto os outros sobem, sobem,
Puxam-se, esmagam cabeças.
Galgam ao desconhecido
Inferno de Dante.
Infeliz travessia das almas
Rumo ao portal do nada,
O limbo dos infelizes.
Sobem, sobem e são violentos,
Pisam sobre si mesmos,
Sem o saber.
Ignoram as dores dos esmagados.
Ah, a Divina Comédia!
Dalva Molina Mansano
15.05.2016
11:10