TREVAS

TREVAS

Ainda não é meia-noite

Mas há muito é noite

É ébano

Não há lua

Embora lá ela esteja

Há nuvens

Embora não as veja

Minha escuridão

Não precisa de nuvens

Basta o espelho

Que não me reflete

Pela inexistência de vida

Preso no sarcófago

Com a cabeça aprisionada

De pesadelos e delírios

Que invadem a madrugada

E estabelecem a loucura

Nesta insana clausura

Que só aqui se instala

Instilando a reles poesia

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 15/05/2016
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