O PERFEITO

Buscava o nada em uma noite límpida

Em campo aberto a olhar estrelas

Descontraído, livre da razão ríspida

Entorpecido ao sorver beleza

O parto noturno sem dor ou barulho

Paria a lua bela e incandescente

Nascendo dos montes cheia de orgulho

Visitada por uma estrela cadente

As galáxias em tênue aspecto

Sugavam minha mente em transe

Desligando-me de todo retrospecto

Da minha vida até aquele instante

Nesse êxtase quase sobrenatural

Constatei em situação deleitável

Naquela amplitude abismal

Do Criador a perfeição inefável