Amanhecer...

Ao fechar os olhos

Envolvo-me numa luz de amora pálida

Como um crepúsculo tênue...

Que cintila pelo fundo dos vales

E a paz dessa imagem me invade

Tenho retratado em mim a face do abismo

Me recuso a ver somente o despenhadeiro a minha frente...

Os meus olhos correm para o alto, fujo...

Com asas na mente, como água ascendente!

Sempre rejeito o negrume

Que se insinua e escoa

Essa tristeza que me quer prisioneira

Qual nascente salta em jorro...

Se insinuando e se doa, ao meu todo

Insalubre, densa... em tênues fios...

E se inserem nos bosques de minha memória

Soprando com seus ventos forte

As imagens que construo para sobreviver...

Silêncio...

Estéreo e tão plural na sua singularidade...

Acalentado em meu peito

Tendo sobrenome saudades...

Que atormenta e mescla a tarde de púrpura violeta...

Abraço essa tristeza minha

Aceitando o negro abismo onde habita

E a faço mergulhar na vastidão do cintilante fundo dos vales

Pois a suave luz que apliquei no céu das minhas vontades

A transforma em canção

Que meu vasto céu invade...

E meu sorriso volta com o sol

No seu sempre nascer!

Observadora
Enviado por Observadora em 14/05/2016
Código do texto: T5635206
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