À flor da pele

13/05/16

Sou uma pessoa que sinto demais

Dez ou cem vezes mais que a maioria das pessoas

Não sei distinguir dor pequena de dor grande

Tudo em mim dói como dor de dente

Dor aguda e persistente que parece chegar à alma

Sou capaz de ficar triste um dia inteiro só por lembrar

De uma história que aconteceu há séculos

E em muitos casos nem aconteceu comigo.

Sou assim não sei o porquê e nem quero

Se me irrito sou capaz de mover uma montanha

Derrubar uma casa ou mesmo destruir uma cidade

Sou extrema, não sei o significado de mínimo,

Médio ou mais ou menos, sou intensa ao extremo.

Quando perco mesmo que uma discussão

Minha alma se enlutece como se tivesse morrido

O mais próximo dos entes queridos

Não entendo a diferença entre tipos de perdas

Tudo significa perder e perda é dor.

Da mesma forma sou em relação a uma piada

Sou capaz de rir o dia inteiro apenas por uma história boba

Sentir alegria apenas por pensar que está tudo bem

Sou assim mesmo sem lógica ou fácil de explicar.

Não sei sentir de menos ou pouco me importar

Nada em mim é de menos, é contido ou regular

Sou de fato fora do comum, fora da linha ou realidade

Sou assim extremamente viva e extravagante

Não sei viver no quase, enjaulada no cárcere da emoção

Não tenho limites, não aceito correntes ou grades.

Sou assim mesmo sinto tudo intensamente

Acredito que vivo de fato à flor da pele

Pessoas iguais a mim não poderiam perder

Sou capaz de chorar uma perda durante anos

Por isso as pessoas que amo não deveriam morrer.

Sou exatamente assim composta somente de sentimentos

Ou estou com raiva ou estou alegre,

Se não estou feliz devo estar sentindo dor

Não sei ser meio termo, não sei estar em cima do muro

Tudo, nunca, sempre, sim, não... talvez jamais

Não sei gostar de menos comigo ou é ódio ou é amor.

Patricia Teixeira
Enviado por Patricia Teixeira em 13/05/2016
Código do texto: T5634727
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