Jardim de ontem

Colhi em mim as flores abandonadas

Num qualquer outro jardim plantadas

Numa qualquer esperança, ali regada

Encantamento, fonte das aves amada!

 

Caminhos, passeios, não levam a lugar algum,

Rodopiam, contornam, ladeiam, circundam,

Caminhos, correm, pulam, dançam, choram,

Ficam, partem, caem sozinhos na triste solidão

Sozinho assim fica sentado no único banco

Que o jardim moribundo não viu partir!

 

Aves que ontem se abrigavam, partiram

Os jogos de tabuleiro, acabaram

As crianças que brincavam, cresceram

Hoje passam apressadas, não param

Pobre cantoneiro saudoso, sentado

Deixado só, na saudade, tempo passado!

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 13/05/2016
Código do texto: T5634704
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