ANNA E KAROL
Qual é o teu olhar,
se me vês em um ponto obscuro,
náufrago em tormenta desditosa,
agarrado sobre o meu monturo
alumiando tua noite, no escuro?
Qual é o teu olhar,
se as ondas contínuas de antes
embalam essa amizade intensa,
e faz-nos mais do que amigos,
e bem menos do que amantes?
Qual é o teu olhar,
se me retratas no escapulário,
nas dobras e odor de vivo sacrário,
materializas o sentimento denso
eternizado no “eu te pertenço”?
Qual é o teu olhar?
sem solenidades, Ele me ama!
conhece-me profano e impuro
mas, da solidão desse monturo,
brilha sua luz da minha lama!