Lá longe...
Lá longe...
A praia longa e as ondas
Que ficam onde não amanheço.
A onda forte é a saia
Do fim ainda sem começo.
Se não fosse o sol,
Eu me trancaria
Neste quarto amplo e sossegado
Que transformo em templo,
E me contentaria com o vai-e-vem do sangue
Despedindo as horas,
Desimpedido, nas veias
Que irrigam o tempo.
E com o crescer das crianças,
Que vejo correr sem peias...
Eu saberia versejar
E sublimar sem vegetar!
Mas existe o sol!
O céu sem nuvens,
E a minha carne passageira e branca
E minha sorte, minha parceira franca.
Como o relógio e as calendas, passo...
O tempo me amassa
O mar é eterno
E na existência, faço...