Lendo autores

Junto ao abismo líquido

uma harpa em festa

como um perfume no ar

seco e sensorial... vivo.

A dúvida é mergulhar no vácuo

ou ser o idiota do Sísifo?

O vórtice do enigma

na fera fêmea da manhã

inesquecível, momento impar,

onde cuspo em autores do alto escalão.

Este é o século da insônia lírica

plugada a telas e dopada de monotonia.

Este mar de coisa nenhuma com nada dentro

não é o suficiente para lavar a falta... o buraco negro.

Esta garagem virtual não comporta meus cavalos de potência.

Tenho metáfora na veia e semântica no cérebro.

Será o contrário?

A verdade é que este poema líquido escorre virtuoso

na minha língua e desce à minha garganta na velocidade da luz.

Invento a fissura que cortou a beleza da primeira linha

longe dos autores, para determinar o que desejo como o melhor final.

Benilton
Enviado por Benilton em 12/05/2016
Reeditado em 13/05/2016
Código do texto: T5633799
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