Lendo autores
Junto ao abismo líquido
uma harpa em festa
como um perfume no ar
seco e sensorial... vivo.
A dúvida é mergulhar no vácuo
ou ser o idiota do Sísifo?
O vórtice do enigma
na fera fêmea da manhã
inesquecível, momento impar,
onde cuspo em autores do alto escalão.
Este é o século da insônia lírica
plugada a telas e dopada de monotonia.
Este mar de coisa nenhuma com nada dentro
não é o suficiente para lavar a falta... o buraco negro.
Esta garagem virtual não comporta meus cavalos de potência.
Tenho metáfora na veia e semântica no cérebro.
Será o contrário?
A verdade é que este poema líquido escorre virtuoso
na minha língua e desce à minha garganta na velocidade da luz.
Invento a fissura que cortou a beleza da primeira linha
longe dos autores, para determinar o que desejo como o melhor final.