Morbidez

Não vou negar que estou chorando.

Mas, afirmo que não estou delirando,

Ao desejar a morte a cada instante

Para o meu eu inútil e destoante.

Peço a Deus que escarne meu sofrimento,

Que dilacere meus íntimos pensamentos,

Que me tenha como um entulho daninho,

Em seus momentos de desdém e desalinho.

As horas têm passado em mim, como fogo.

Queimando pouco a pouco meus desejos

Numa chama sem calor, num fogo sem jogo.

São momentos grotescos de um funeral

Que me levam ao infortúnio, quando vejo

No espelho, meu rosto funesto e visceral.

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 13/07/2007
Código do texto: T563301
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