CLAMOR DAS ÁRVORES
Matem-me,
Depois não se arrependam
De em vez de respirar oxigênio,
Se contentem com o nitrogênio.
Desmatem-me,
E não reclamem das belezas,
Que um dia adornei nessas terras,
Simplesmente matem-me,
Pois já não sou dessa era.
Troquem-me por arranha céus,
Deslumbrantes monumentais,
Mas fico nas telas retratando,
Pinturas lindas, surreais.
Adornando suas salas,
Cheias de vidros e telas,
O ar é condicionado,
Não há frestas nem janelas.
Matem-me,
Arranquem-me sem me replantar,
Existem tantas terras vivas,
Por que tem que me desbrotar?
Por que quando não houver mais lugar,
O que vão fazer com o mar?
Arthur Marques de Lima Silva
Direitos reservados.
11/05/2016