Verso
em homenagem ao dia sétimo
urdidor de nossos seres
vi e ouvi teu canto lunar
atravessar-me a epiderme
sete vezes
segui o espectro luminoso
pelas frequências coloridas
do pólen dos prazeres,
desapercebi meus pés e flutuei
íngremes degraus para o Éden
lá tão alto, de alvor prateado
uma deusa celeste e noturna
musa do teu canto enamorado
refulgia a bênção da sua brancura
na superfície etérea da minha pele
incorporava-me
a brandura guardada
em pulso sanguíneo
tudo quanto for o ardor ígneo
daquilo que teu verso sente
sou grata pelo tempo, tão inexistente
sinto sob as veias correr o ente,
o animus demasiado hirto
excitante natural da libido
que me liberta enquanto me prende