MARIA E JOSÉ

Assim, só na certidão

mas, não usam não...

Ocultam em pronomes,

frestas dos sobrenomes,

sombras imperceptíveis,

desejos impossíveis,

tributando vis pecados,

com ágios armengados.

Um, prega vã educação,

outro, a infiel jurisdição.

E o povo vai sem visão,

brigando por água e pão.

A casa dele, sem janela.

Tua cozinha, sem panela.

A roupa moral aos trapos,

as almas em farrapos.

Sem ela, lama é o chão.

Sem ele, luz é escuridão.

sobrenomes na aba,

juram, o mundo acaba.

O que é que resta?

mutismo, na sesta.

JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS
Enviado por JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS em 10/05/2016
Reeditado em 19/01/2018
Código do texto: T5631489
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