Súplica
Eu anseio que me ensinem
Que me ensinem a fazer poesia.
Preciso ajustar a doçura do beijo,
Do beijo da minha amada a uma rima.
Alguém me ajude, por favor, eu peço
A colocar em um decassílabo o calor
O calor dos seus abraços.
Alguém, por favor, alguém
Diga-me como fundir em um verso
O seu sorriso espontâneo e luminoso.
Ou quem sabe, colocar em um haicai
A vida reluzente em seus olhos.
Anseio que alguém diga como escrever
Descrever em um soneto a saudade
A saudade que sinto da minha amada.
Se um poeta ou poetisa compadecer se de mim
Ensine-me, eu peço,
a guardar numa metáfora
A alegria da sua chegada
E o coração sempre apertado na sua partida.
O literato que ler essa súplica,
Não ria, não zombe
Pois quem nunca sonhou acordado
Viver um lampejo de poesia.