A RUA É O MEU LAR

Errando pelas ruas da Linda cidade

Lá vai a pobre criança desalentada

Magrinha, faminta, descalça, quase nua.

Aonde vai? Perguntei com certa caridade.

Olhando-me com tristeza não fala nada.

Diga-me meu menino que idade é a sua?

Não sei meu senhor, eu só sei que tenho fome.

Não sei quem eu sou, nem qual a minha idade.

Só sei que me expulsaram lá do bueiro.

E agora a vontade de comer me consome.

Os adultos me tratam com tanta maldade.

Por favor, meu senhor me dá algum dinheiro!

Levei-o na lanchonete e ele comeu.

Vê-lo comer se me apertava o coração.

Disse-lhe: Para minha casa vou-te levar.

Ele me olhou assustado e me respondeu:

Meu senhor, viver numa casa não quero, não.

Há muito tempo que a rua é o meu lar.

Mas menino, na minha casa você terá tudo:

Abrigo, roupa, comida, acesso à Educação,

Para um dia adulto responsável se tornar.

Ele responde: Isso para mim não é tudo

Quero liberdade! Uma casa é prisão.

Porque insistir senhor? A rua é o meu lar!

Victor Alexandre
Enviado por Victor Alexandre em 13/07/2007
Reeditado em 13/07/2007
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