CONFESSE

Confesse que nunca traiu sua fé,

que nunca foi algoz de quem mais amava,

que nunca deu rasteira em que mais lhe deu o pão.

Confesse que nunca fingiu entender,

que nunca foi juiz dúbio,

que nunca cuspiu no seu solo mais sagrado.

Confesse que nunca fez o que não devia,

que nunca pegou um tiquinho do que não lhe cabia,

que nunca fez besteira jurando ser Deus.

Confesse que nunca descarrilhou uma paixão,

que nunca enlouqueceu algum anjo repentino,

que nunca fingiu que não tinha medo.

Confesse que nunca foi manco,

que nunca quis largar o barco no meio da festa,

que nunca desejou transformar tudo e todos em pó.

Confesse que nunca mereceu perder seu alvará de humano,

que nunca mereceu perder todas suas ladainhas sem dono,

que nunca mereceu perder o direito de acordar,

de atracar e de ninar.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 08/05/2016
Código do texto: T5628826
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