Escrevo

Se não for pra escrever,

  Eu escrevo assim mesmo.

   Escrevo novos enredos

    Que terminam em samba.

      Escrevo a volta de uma história

        Que nem teve oportunidade de partir.

          Um novo amor velho.

            Escrevo a vida desaguando

              Na nascente do mundo.

                  E se nao for pra escrever,

               Eu escrevo assim mesmo.

             Revelando o escancarado,

          Escrevendo o som dos edifícios.

       Os versos em prantos, que

     Nem se quer ficaram prontos.

  Quando escrevo toco o céu,

Escuto o vento corrupiando de fraque.

  Não é pra escrever?

     Vou escrever assim mesmo.

         Até que não sobre espaço

            Neste pedaço de papel.

             Escrevo e minto essas verdades.

              Sigo acreditando incréu.

           Apenas por escrever.

Pra mergulhar o inverso das palavras

     Nunca é preciso ter porquê.

Flor no luar
Enviado por Flor no luar em 07/05/2016
Reeditado em 07/05/2016
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