Quadra Geniosa


A criação de uma poesia
Não é uma tarefa fácil
Leva tempo,uma agonia
Nesta lida não sou ágil

Na tarefa com afinco
Ajeita aqui, ajeita acolá
Sete sílabas ou cinco?
Palavras não querem rimar

Busco no adjetivo harmonia
Dispenso o uso da fonética
Prefiro versos com simetria
Se preciso,uso até a dialética

Aleatórias teimam não rimar
Há uma rebelião em escala
Advérbios recusam se aliar
Sem os artigos, gênero não há

Vou lidar com os adjetivos
Mais propensos a  encaixar
Tudo em vão,faltou objetivo
Agora vou os verbos evocar

Ação todo verbo se propõe
A poesia agora,vou encerrar
Mas sofre quem  compõe
Mais um não,tive que amargar

Puxa! A quem vou recorrer?
As interjeições - Oxalá!
Ah!  Mas arredias,acreditem
Se negaram ,deixa pra lá.

Creio que os pronomes atuem
Nessa árdua tarefa do poeta
Uma vez que  estes dispõem
De  uma função bem discreta

O que em nada no verso influiu
O substantivo chegou como rei
E seu posto deveras assumiu
Eu dos versos,então, abdiquei

Decido encerrar esse processo
Cessou de vez minha inspiração
Pois de vocabulário eu careço
E as palavras são o que são.





 
Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 07/05/2016
Reeditado em 01/11/2017
Código do texto: T5628651
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