Ao céu, o anjo mais cruel,
De asas flamejantes,
Germinando natureza morta.
Perplexo,
Como quem esquece os óculos no bar,
Fico sentado onde não tem lugar.
Olho o lua e me espanto,
Com tanto espaço ainda para brilhar.
Brigar com a noite não é minha tarefa,
Apenas fechar o os olhos e deitar.
Oportunismo de quem ama,
Ter uma cama para sonhar.
Posso definir um amanhã vazio,
Como um dos dias em que deixei
De lado a própria alegria
Para sentir a dor de todo mundo.
Reconheço em meu corpo
Os ossos castigados pelo tempo,
Esqueleto derrubado sobre a rua
Em que se misturam pernas e olhares.
Passo a ser sentinela de meus atos,
Em pratos fundos de azar,
Maré de um mar morto,
Afogado pela própria saliva.
Alma viva que se contorce
Na sorte de um amor impossível,
Crível é a saga do meu destino,
Que me reinventa a cada segundo.
Não mudo de ato ou atitude,
Até chegar na plenitude de realizar
O que na vida, nunca eu pude,
Mesmo arriscando o quanto eu possa errar.
Deixarei de pensar nas coisas que se foram
E abrirei novas portas, novos lares,
Em lugares onde deitam as mortas
Vivências que  não me fizeram ter,
O acontecer de uma realidade plena,
Onde eu possa apenas amar.
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 07/05/2016
Código do texto: T5628241
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