Sei que me procuras
Sei que me procuras
Nas horas extraviadas da vida
Nas autoestradas feridas
Amargura consciente em que me dou
No negro soalho polido do palco
Disperso nas rimas e palavras perdidas
Num coração dilacerado pelo fingir!
Sei que me procuras
Mas na verdade, não finjo, não minto,
Imagino parte do tudo o que sinto,
As hiperbolizadas lagrimas derramadas,
São meras gotas cristalinas, caídas e suadas,
Não me procures na desgraça, na vingança
Mas na solidão de uma praia deserta,
Apinhada de gente no verão!
Sei que me procuras,
Como procuras a felicidade,
Na saudade da perfeição,
Não estou lá, apenas aqui,
Escrevendo na doce paixão
Do sentir declamado pela imaginação!