Inspiração da lua
Chora manso silêncio que um soluço cortou,
Vil e pobre acalento que o meu peito sangra,
Desejo um beijo opulento de versos que sou,
Alguns momentos equestres de uma magra
Mulher que me tornou letras e me inspirou
-Eu poeta sou um beijo que o escuro flagra...
Mas chora no momento errado, lindo poeta,
Quando a maior felicidade vem sem coração,
Um beijo que o imortal torna um olho esteta,
Num furacão em que a morte foi canção
-Morre num beijo eterno, vive sem esta
Canção do beijo que me soa uma bela atração...
Mas nasce no seio da alma um beijo deserto,
Onde não há gente viva e vive uma alma,
Onde os oásis dormem e jazem cobertos
De esperanças cantadas e amadas em dança,
Então dorme no peito que o poeta de certo
Inspirou e dormiu, artista que de escrever não cansa...
Que viva o amor, que durma a lânguida poesia
Neste verso, neste poema que o amor desfalecia,
Desejo em peito aberto amar um amor pudico,
Que a inspiração que anuncio e diz que fico
-Que esta cante em nomes os amores de ontem
E as paixões do porvir -Beijos que meu peito domem...