Ela, a inspiração
Sinto quando ela vem
como ligeiro comichão,
em silencioso desassossego.
Hoje veio a falar
das cicatrizes obscuras do poeta:
as vielas percorridas
as limitações sofridas
Os tédios e estupidezes
de um coração que sente
coisas indefinidas
tristemente a soprar segredos
Falou-me ainda das cores
[dos pendores e dores
principalmente dos amores
vivos e mortos em ilusão.
Falou-me de janelas abertas,
despedidas doídas
e reencontros latentes
Preenchendo o vazio
com um canto de amor.
Ela, a inspiração
menina vestida de rosa
visita-me a questionar:
virá hoje versejar?