Ela, a inspiração

Sinto quando ela vem

como ligeiro comichão,

em silencioso desassossego.

Hoje veio a falar

das cicatrizes obscuras do poeta:

as vielas percorridas

as limitações sofridas

Os tédios e estupidezes

de um coração que sente

coisas indefinidas

tristemente a soprar segredos

Falou-me ainda das cores

[dos pendores e dores

principalmente dos amores

vivos e mortos em ilusão.

Falou-me de janelas abertas,

despedidas doídas

e reencontros latentes

Preenchendo o vazio

com um canto de amor.

Ela, a inspiração

menina vestida de rosa

visita-me a questionar:

virá hoje versejar?

Grace Moraes
Enviado por Grace Moraes em 06/05/2016
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