Incessante

O desejo não sacia

Na vontade de te ter

Pertencer a só um ser

Por mais que possa me doer

O voar no céu da tua boca

Perder-me na floreta dos teus cabelos

Nessa chuva melancólica

Que é o meu desejo

O sintético do seu olhar

Onde me desfaço

Até me enlaço

Mas não consigo me encontrar

Na tua personalidade inconstante

Que eu incessante

Permaneço errante

Eterno amante

Na palidez dos dias frios

Ou até no brilho dos dias de sol

A nuvem que cobre teu ser

Não me permite te pertencer

Um olhar clínico

De um poeta atrevido

Que melodia tua voz

Numa canção de ninar

Moral ou imoral

Não que isso faça mal

Mas nessa de viver errante

Perco a linha constante

No flagrante de desejo

De te forcar um beijo

Na hora que te vejo

Em nada mais consigo pensar

Fico nessa agonia

De não de ter nos meus dias

Na necessidade do ser

De ter que a alguém pertencer